quarta-feira, 12 de março de 2014

2014: O ANO DA DISPONIBILIZAÇÃO DA VACINA CONTRA O HPV

   Neste ano de 2014, foi disponibilizada pela rede pública, a vacinação contra o HPV, vírus do papiloma humano, que causa desde verrugas genitais até câncer no colo uterino, dependendo do subtipo viral. No momento atual, as meninas de 10 a 13 anos devem procurar um serviço de saúde para receber a dose da vacina, que já havia sido disponibilizada anteriormente pela rede privada. 
Quando a doença se manifesta na pessoa portadora do vírus, homem ou mulher, fato que pode demorar anos, podem surgir lesões em forma de verruga, o condiloma acuminado, que possui outras denominações populares, como por exemplo: crista de galo; sendo que algumas lesões regridem espontaneamente, e outras têm de ser retiradas cirurgicamente. Sabe-se que dificilmente o organismo consegue se livrar definitivamente do vírus, sendo que o sistema imunitário deve auxiliar a driblar a manifestação da doença. O ministério da saúde preconiza a coleta do exame preventivo conhecido como Papanicolau, por todas as mulheres que já tiveram ou mantêm relações sexuais, esse exame, a colpocitologia oncótica cervical, deve ser feito anualmente pelas mulheres, e com um intervalo menor dependendo do caso, afim de pesquisar células modificadas pelos vírus. 
    Apesar de a infecção por HPV ser considerada uma doença sexualmente transmissível, diferentemente de outras DST, nem sempre o preservativo tem total eficácia, visto que as lesões podem se espalhar ao redor da genitália e a transmissão se dá pelo contato pele com pele, mucosa com mucosa, em regiões da vulva, pênis, ânus e períneo e arredores. Porém, o objetivo deste texto vai além de esclarecer o que é HPV, seus sintomas e possíveis tratamentos, em se tratando de uma doença altamente prevalente na população humana, resolvi redigir depois de ter lido algumas polêmicas sobre a vacinação que colocam em questão a utilização da imunização por conta de fatores morais. Acredito que as concepções religiosas jamais deveriam interferir no planejamento de saúde pública, visto que muitos danos já ocorreram em função de opiniões de cunho religioso, desde a recusa de transfusão sanguínea até o abandono de tratamentos contra doenças graves, levando muitas pessoas à morte e complicações. Certas denominações religiosas têm afirmado que o uso da vacina contra o HPV, em meninas na idade preconizada, influenciaria o início precoce da vida sexual, como se fosse um passaporte para a liberdade sexual. Qualquer mãe com pouco ou muito estudo, sabe da existência de outras doenças sexualmente transmissíveis e do risco da gestação precoce, mesmo muitas não conseguindo conversar abertamente sobre o assunto, eu duvido que alguma por mais leiga que seja, garanta para uma filha que depois de receber essa vacina, a menina está livre para a atividade sexual. Ao contrário, além de estarmos vivendo a era da informação, a procura da vacina contribuirá para a busca de informação sobre a doença, ainda ignorada por uma parcela da população, e a cada ano que passa, são outros fatores, sócio-culturais, que aumentam as chances do início da atividade sexual precoce. É importante lembrar que a faixa de idade escolhida para a recepção da vacina, foi escolhida levando-se em conta dados minuciosos, e sabendo-se da importância de se vacinar antes do início da vida sexual, pois, uma vez iniciada, a eficácia da vacina diminui substancialmente. Lembrando que a vacina contra hepatite B, é utilizada nos primeiros dias de vida do recém nascido, e muitas pessoas desconhecem o fato de a hepatite B ser uma doença que dentre suas formas de transmissão, está a forma de transmissão sexual. Portanto, a vacina contra o HPV é mais uma conquista, como essa, e como todas as outras disponíveis. Sobre o início da vida sexual do adolescente, ainda continua fundamental a conversa e a orientação de pais, professores, profissionais de saúde, entre outras pessoas importantes no círculo social da  criança e do adolescente.